02 julho 2006

Contemplação e vida contemplativa

Contemplação
O sentido da palavra contemplação não é consensual entre os autores cristãos, que lhe têm associado, ao longo da história, diferentes significados. A seleção de definições apresentada neste texto procura, na medida do possível, refletir a opinião de uma importante parcela desses autores e o magistério da Igreja.

Para Dom Thomas Keating, OCSO (1) a contemplação, "um desenvolvimento normal da graça do batismo" é "a abertura da mente e do coração – de todo o nosso ser – a Deus, o Mistério Último, para além de palavras, pensamentos e emoções". Em outro texto, o mesmo autor nos diz que a contemplação é "uma experiência da presença do Deus Trinitário como o substrato em que nosso ser se enraíza, a fonte de onde jorra continuamente a vida". Presença anterior à nossa experiência dela e que, segundo Santo Agostinho, é mais íntima de nós que nós mesmos.

O Pe. William Johnston, SJ (2) distingue duas formas de contemplação reconhecidas pela tradição da Igreja: a adquirida e a infusa. A primeira forma resulta do esforço humano auxiliado pela graça. É um desenvolvimento natural de uma vida dedicada à oração e a outras práticas contemplativas. Por sua vez, a contemplação infusa é puro dom. O esforço humano é de pequena importância para alcançá-la. Os que a conhecem falam do despertar (muitas vezes inesperado) da consciência viva de uma presença misteriosa e amorosa, abraçando a eles mesmos e a todo o universo.

Por vezes simplesmente referida como um "descanso" em Deus, um "olhar amoroso" para ele, a contemplação pressupõe um estado interior de silêncio, de abandono e apaziguamento. No livro "Espiritualidade, Contemplação e Paz" (3), o Pe. Louis Merton, OCSO (Thomas Merton)menciona cinco "elementos essenciais da contemplação mística":
  1. É uma intuição que, em seu nível inferior, transcende os sentidos. No nível superior, transcende o próprio intelecto.
  2. Daí ser ela caracterizada por uma espécie de luz-nas-trevas, de conhecimento no "desconhecimento".
  3. Nesse contato com Deus, na obscuridade, deve haver certa afinidade amorosa de ambas as partes. Do lado do homem, deve haver desapego das coisas sensíveis, (...) um esforço generoso de renúncia ascética de si mesmo.
  4. A contemplação é obra do amor, e o contemplativo prova que ama deixando todas as coisas, mesmo as espirituais, para ir a Deus no nada, no desprendimento e na "noite". Mas o fator decisivo na contemplação é a livre e imprevisível ação de Deus.
  5. Esse conhecimento de Deus no "desconhecimento" não é intelectual, nem mesmo, no sentido estrito, afetivo. (...) É um trabalho de união interior e de identificação na caridade divina.
Vida contemplativa é a vida orientada para a busca de Deus, polarizada pela consciência permanente de sua presença, pelo assentimento a sua ação em nós e pelo continuado abandono a sua vontade. É a vida caracterizada pelo deixar-se transformar, deixar-se construir por Deus.

Ao longo da história o conceito de vida contemplativa tem sido, freqüentemente, assimilado (com certa razão) ao de vida de oração. Por ser a forma de vida monástica aquela que oferece mais oportunidades para a prática regular e intensa da oração, tornou-se comum considerar a vida contemplativa como um privilégio exclusivo dos religiosos das ordens de clausura. Felizmente, superado este engano, é possível hoje estender a todos os cristãos, sejam religiosos, sejam leigos, o convite à vida contemplativa.

Há bons motivos para recusar, por outro lado, a idéia de duas formas inconciliáveis de vida: a vida ativa e a vida contemplativa. Como escrevem Jacques e Raïssa Maritain (4), “Aqueles que estão engajados na vida ativa não devem renunciar à contemplação sob o pretexto de que não levam uma vida contemplativa. Bem ao contrário, eles têm uma razão a mais para apegar-se à contemplação, eles têm uma necessidade mais urgente de oração (...) A substância da contemplação não lhes é recusada. Eles devem pedir a graça de uma vida interior bastante intensa, para que mesmo sua ação seja decorrente da superabundância de sua contemplação.

(1) Thomas Keating, OCSO: Mente Aberta Coração Aberto – Edições Loyola, 2005
(2) William Johnston, SJ: Arise, My Love ... Mysticism for a New Era – Orbis Books, New York, 2000

(
3) Thomas Merton: Espiritualide, Contemplação e Paz – Editora Itatiaia, 1962
(4) Jacques e Raïssa Maritain: De la Vie d'Oraison – l'Art Catholique, 1947 – Ed. Saint-Maur, 1998

Práticas contemplativas

Não há vida contemplativa sem práticas contemplativas. As práticas contemplativas têm em vista favorecer a vida contemplativa e a oração contemplativa. As ordens religiosas ditas contemplativas recomendam a seus integrantes determinadas práticas que sua experiência secular reconhece como válidas para conduzir o orante ao estado de silêncio interior indispensável à contemplação. O músico litúrgico francês Joseph Samson (1930 - 1957), dirigente da capela da Catedral de Dijon, reconhecia a importância desse percurso interior do orante ao declarar, referindo-se ao canto gregoriano: "É inútil todo canto que não conduza ao silêncio (...) Se o canto não possui o valor do silêncio que interrompe, que me devolvam o silêncio!".

Em seu livro Oração Centrante (1) o Pe. Basil Pennington transcreve uma bela passagem do livro Beginning to Pray (Começando a Rezar), escrito pelo Arcebispo (Metropolita) da Igreja Ortodoxa Russa Anthony Bloom (1914 - 2003), um grande mestre espiritual de nossos tempos:


"Na vida do Cura D'Ars (Jean Marie Vianney) há uma história sobre um velho camponês que passava horas e horas sentado na capela, imóvel, nada fazendo. O padre perguntou-lhe: 'O que você faz esse tempo todo?' O velho camponês respondeu: 'Olho para Ele, Ele olha para mim, e somos felizes'. Isto só pode ser alcançado se conseguirmos um certo silêncio. Comece com o silêncio dos lábios, o silêncio das emoções, o silêncio da mente, o silêncio do corpo. Seria um erro imaginar que poderíamos começar pelo fim, com o silêncio do coração e da mente. Devemos começar silenciando os lábios, silenciando o corpo, para aprendermos a ficar imóveis, a soltar a tensão, sem cair em sonhos e preguiça. Para sermos, conforme a fórmula de um dos nossos santos russos, como a corda de um violino, esticada de forma a dar a nota certa; nem tão esticada que possa se partir, nem tão pouco, que possa apenas zumbir. Daí em diante, devemos aprender a ouvir o silêncio, a ficar absolutamente quietos, e assim poderemos, com mais freqüência do que imaginamos, descobrir que as palavras do Livro da Revelação se tornam verdadeiras: 'Eis que estou à porta e bato' (Ap 3, 20)".

Embora possa haver práticas mais "eficazes" que outras para nos conduzir ao silêncio interior, nenhuma forma de oração é inapropriada. Este ponto é claramente exposto pelo Pe. William Johnston (2):

"Eu sugeri muitos modos de orar, e talvez você tenha notado que cedo ou tarde todos eles levam àquele silêncio em que você descansa na presença de Deus. Os velhos teólogos expressavam isto dizendo que todas as formas de oração convergem, finalmente, para a oração contemplativa. Onde quer que você começe, sempre termina na contemplação. (...) Na oração contemplativa há uma mútua influência das palavras e do silêncio. Com o passar do tempo você descobrirá que as palavras emergem do silêncio, assim como o silêncio emerge das palavras."

Para evitar mal-entendidos, o mesmo autor nos apresenta palavras de advertência (2):

"O silêncio é valioso. Mas não faça do silêncio um fetiche. O que importa não é nem o silêncio nem as palavras, mas a fé e o amor. (...) A oração é um processo ou uma jornada. À medida que você avança, tende a superar modos anteriores de rezar; e métodos que antes o ajudaram podem tornam-se um estorvo. Na verdade, você tende a superar todos os métodos e a entrar em ressonância com a afirmação de São João da Cruz, de que o caminho é nenhum caminho. Quero dizer, com isto, que não podemos nos agarrar a nenhuma trilha, método ou caminho. Não podemos nos aferrar a planos e mapas. Deus está no comando, e nós o seguimos. Como se costuma dizer, a vida é cheia de surpresas. E nenhuma vida tem mais supresas do que a vida de oração."

Evidentemente, ao falar de práticas contemplativas nenhum dos autores citados tem a intenção de sugerir que o praticante possa prescindir da assiduidade à liturgia, aos sacramentos e ao contato com a palavra de Deus nas Escrituras, nem da participação na comunidade eclesial. Valiosas sob vários aspectos, todas essas atividades também possuem valor do ponto de vista contemplativo. A contemplação não pode nos afastar da Igreja, bem ao contrário. Como escrevem Jacques e Raïssa Maritain:

"Jamais o homem é mais e tão perfeitamente membro da Igreja que quando (...) sozinho com Aquele que ama, ele está unido a Deus numa união inefável de pessoas, e entra nas profundezas de Deus." (3)

Devido a limitações de tempo e espaço, apenas duas práticas contemplativas, profundamente enraizadas na tradição cristã, são explicitamente apresentadas e promovidas pelo Círculo Gregório de Nissa: A Lectio Divina e a Oração Centrante. Informações valiosas sobre estas duas práticas podem ser encontradas no sítio http://www.oracaocentrante.org.

(1) M. Basil Pennington, OCSO: Oração Centrante – Editora Palas Athena, 2002
(2) William Johnston, SJ: Being in Love – The Practice of Christian Prayer – Fount Paperbacks, 1988
(3) Jacques e Raïssa Maritain: Liturgie et Contemplation – Desclée de Brouwer, 1959

Frutos das práticas contemplativas

É natural que cristãos interessados em iniciar alguma prática contemplativa perguntem que frutos poderão colher dessa prática, isto é, que progressos poderão alcançar.

Embora a fidelidade a práticas contemplativas possa nos conduzir, com o auxílio da Graça, à experiência da contemplação, pode-se dizer que mais importante que essa experiência é a sua integração, de forma continuada, ao restante de nossa realidade, de modo que possamos vivê-la em estado contemplativo. Dom Thomas Keating diz, a respeito desta questão: (1)

"A união estabelecida durante a oração deve ser incorporada ao restante da realidade. A presença de Deus deve se tornar uma espécie de quarta dimensão para toda a vida. Nosso mundo tridimensional não é o mundo real porque dele está ausente a mais importante dimensão, ou seja, aquela da qual tudo que existe está saindo e para a qual está retornando em cada momento microscópico do tempo. É como acrescentar som a um filme mudo. A imagem é a mesma, mas o som a torna mais viva. O estado contemplativo é estabelecido quando a oração contemplativa deixa de ser uma experiência ou série de experiências para ser um estado duradouro de consciência. O estado contemplativo nos possibilita descansar e agir ao mesmo tempo, porque estamos enraizados na fonte do repouso e da ação."

O estado contemplativo abre a quem nele se incorpora uma maior sensibilidade às coisas espirituais, evidenciada pelo maior gosto pela oração, pela liturgia, pela leitura da Palavra e pelos sacramentos, assim como uma mais clara percepção do momento presente e do estar-no-mundo. É normal esperar, também, que se tornem mais nítidas, em tais pessoas, as qualidades que São Paulo chamava de "frutos do Espírito" (Gl 5, 22): amor, alegria, paz, firmeza de ânimo, afabilidade, generosidade, fidelidade, mansidão e autodomínio. A este respeito Dom Thomas Keating escreve: (2)

"Os frutos do Espírito são indicações da presença de Deus operando em nós em vários graus e sob várias formas. Através dos frutos o Espírito torna-se uma realidade em nossas vidas. Manifestando os frutos na vida diária nós damos testemunho da ressureição de Cristo da forma mais profunda. Não é tanto nossa pregação ou nosso ensinamento, mas nosso enraizamento no Espírito que comunica a vida de Cristo às pessoas que nos cercam – nossa família, amigos e aqueles com quem trabalhamos. Se estivermos enraizados no Espírito os frutos inevitavelmente começarão a aparecer."

Esses progressos não podem, contudo, ser alcançados sem nenhuma perda. Thomas Merton, a propósito disto, assinala: (3)

"Devemos admitir, francamente, que autonegação e sacrifício são absolutamente essenciais à vida de oração. Se a vida de oração tem por fim transformar nosso espírito e fazer de nós "homens novos" em Cristo, então a oração deve ser acompanhada de "conversão", metanoia, aquela profunda mudança de coração na qual nós morremos, em certo nível do nosso ser, para podermos nos encontrar vivos e livres em outro nível mais espiritual."

Nesse "outro nível mais espiritual" o "homem novo" vai sendo aos poucos transformado por Deus, ao longo de toda a sua caminhada existencial, de forma a tornar-se mais e mais capaz de manifestar ao mundo a imagem divina em si mesmo. O teólogo Carlo Molari expressa, com felicidade, algumas das transformações por que passamos nesse percurso: (4)

"Cada homem nasce dividido e deve realizar sua unidade interior. Nasce disperso entre as coisas e deve chegar à concentração. Nasce projetado fora de si e deve estabelecer o seu centro. Nasce opaco e deve adquirir a trasparência. Nasce vazio e deve crescer sté a plenitude. (...) É um longo caminho que, por etapas diversas, dura a vida toda, e que tem como horizonte o mundo, a criação e a História."

A título de conclusão, pode ser aproveitada uma reflexão de Dom Bernardo Schuh (1911 – 1987), um dos mais queridos mestres espirituais do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro no século passado. Preferindo chamar o estado contemplativo de estado de oração, ele o equipara a um estado de amor: (5)

"A oração é muito mais atitude do que pronunciamento. Pode haver um estado de oração que não se pronuncie mais, porém exista. O estado de oração se compara ao estado de amor. Se amamos alguém, não precisamos dizê-lo, nem podemos sempre sentí-lo. Na ausência, o amor toma a forma de saudade; na presença, de bem-estar. Não se pode dizer ou sentir o mesmo, necessariamente, em relação ao próprio Deus. O amor a Deus é um estado tranqüilo, de silêncio profundo. (...) Estar bem diante de Deus é melhor que sentí-lo. Não se queira sentir. O sentimento cansa. Mas a tranqüilidade do ser, no estado de amor, que Deus entende porque Cristo o entendeu, este é o verdadeiro estado de oração."


(1) Thomas Keating, OCSO: Mente Aberta Coração Aberto – A Dimensão Contemplativa do Evangelho - Edições Loyola, 2005
(2) Thomas Keating, OCSO: Fruits and Gifts of the Spirit – Lantern Books, 2000
(3) Thomas Merton: Contemplative Prayer – Darton-Longman & Todd, 1973

(4) Carlo Molari: Meios para o Desenvolvimento Espiritual – Capítulo 4 do livro Curso de Espiritualidade, organizado por Bruno Secondin e Tullo Goffi – Edições Paulinas, 1994
(5) Dom Bernardo Shuh, OSB: Amor – Essência da Oração (folheto) – Edição particular, 1990.

01 julho 2006

Bento XVI enaltece prática da Lectio Divina

As virtudes da Lectio Divina foram lembradas aos fiéis em recentes pronunciamentos do Papa Bento XVI, que se mostra visivelmente empenhado em incentivar sua prática. Com efeito, na alocução do Angelus de 6 de novembro de 2005 o Santo Padre, referindo-se à valorização da Palavra de Deus que teve lugar, entre os católicos, a partir da Constituição conciliar Dei Verbum, que ele compara a uma "primavera bíblica", declarou:

"Entre os numerosos frutos desta primavera bíblica apraz-me mencionar a difusão da antiga prática da lectio divina, ou "leitura espiritual" da Sagrada Escritura. Ela consiste em permanecer prolongadamente sobre um texto bíblico, lendo-o e relendo-o, quase "ruminando-o", como dizem os Padres, e espremendo, por assim dizer, todo o seu "sumo", para que alimente como linfa a vida concreta. É condição da lectio divina que a mente e o coração sejam iluminados pelo Espírito Santo, isto é, pelo mesmo Inspirador das Escrituras, e para isto se coloquem em atitude de "religiosa escuta".

"Esta é a atitude típica de Maria Santíssima, tal como mostra emblematicamente o ícone da Anunciação: a Virgem acolhe o Mensageiro celeste quando se prepara para meditar as Sagradas Escrituras, normalmente representadas por um livro que Maria tem na mão, ou no seio, ou em cima de um atril. Também é esta a imagem da Igreja oferecida pelo próprio Concílio, na Constituição Dei Verbum: "ouvindo religiosamente a Palavra de Deus...""

Em mensagem do dia 9 de abril de 2006 dirigida aos jovens que participavam da XXI Jornada Mundial da Juventude, Bento XVI escreveu:

"Caros jovens, eu os exorto a se tornarem familiarizados com a Bíblia, a guardá-la ao alcance da mão, para que ela seja para vocês como uma bússola que indica a rota a seguir. Lendo-a, vocês aprenderão a conhecer o Cristo. São Jerônimo observa, a propósito disto: "A ignorância das Escrituras é a ignorância do Cristo" (PL 24,17; cf. Dei Verbum, n.25). Um modo seguro de aprofundar-se na Palavra de Deus e de saboreá-la é a lectio divina, que constitui um verdadeiro itinerário espiritual por etapas. Da lectio, que consiste em ler e reler uma passagem das Santas Escrituras recolhendo dela os principais elementos, passamos à meditatio, que é como um tempo de parada interior durante o qual a alma volta-se para Deus procurando compreender o que sua palavra nos diz, no dia de hoje, para a vida concreta. Vem, em seguida, a oratio, que nos permite entreter-nos, com Deus, em um diálogo direto, e que nos conduz, enfim, à contemplatio; esta nos ajuda a manter nosso coração atento à presença do Cristo, cuja palavra é uma "lâmpada que brilha na escuridão, até que apareça o dia e que a estrela da manhã se erga em nossos corações" (2 Pd 1, 19). A leitura, o estudo e a meditação da Palavra devem, em seguida, conduzir-nos a aderir a um modo de vida conforme a Cristo e a seus ensinamentos".

Fonte: sítio "A Santa Sé" - http://www.vatican.va/phome_po.htm

Sobre Gregório de Nissa

Gregório de Nissa viveu na Capadócia, região de cultura grega integrante do Império Romano, situada no atual território da Turquia. Nasceu no ano 332 AD na cidade de Cesaréia. Foi irmão de Basílio de Cesaréia (Basílio Magno) e amigo de Gregório de Nazianzo (ou Nazianzeno), ambos canonizados, assim como sua irmã Macrina. Faleceu em 390 AD.

Notável teólogo e mestre espiritual, Gregório de Nissa opôs-se ao Arianismo, que era favorecido pelo Imperador Valens e por muitos bispos.

Obras
A Vida de Moisés – Tratado sobre a Virgindade – Vida de Santa Macrina – A Catequese da Fé – As Beatitudes – A Criação do Homem – O Cântico dos Cânticos – Cartas.

Importância
Reconhecido como um dos Pais (ou Padres) da Igreja, Gregório de Nissa participou (com grande prestígio) do Concílio de Constantinopla, que deu forma final ao Credo de Nicéia – Constantinopla, até hoje rezado por todos os cristãos. Máximo o Confessor o chama de “Doutor do Universo”. O II Concílio de Nicéia o chama de “Pai dos Padres”. Philotheus Boehner e Etienne Gilson, no livro “História da Filosofia Cristã” (Vozes, 1988) afirmam que “do ponto de vista do vigor filosófico-especulativo, Gregório só é inferior a Orígenes entre os Padre Gregos”.

É festejado a 10 de Janeiro pelas Igrejas do Oriente. A Igreja Romana festeja Basílio Magno e Gregório de Nazianzo a 2 de janeiro. O Martirológio Romano o menciona discretamente a 9 de março, após São Francisco Romano. O Catecismo da Igreja Católica contém 8 citações de frases suas. Na Carta Apostólica “Orientale Lumen” (1995) o Papa João Paulo II reconhece a dívida da Igreja para com os padres Capadócios, e reconhece os fundamentos do “apofatismo” das Igrejas do Oriente.

Para mais informações sobre Gregório de Nissa e textos de sua autoria, acesse os sítios: http://www.bhsu.edu/artssciences/asfaculty/dsalomon/nyssa/home.html
http://xoomer.alice.it/giampib/